A indignação do Indio

Adoro fazer anos. Tanto que costumo fazer sempre uma grande festa, cheia de gente e animação. Mas tem que ser no próprio dia senão perde a piada.
Este ano calhou numa 3ª feira, o que inviabiliza logo a presença de uma série de pessoas que eu jamais pensaria não ter presente.
Conclusão: não há festa para ninguém! Além do mais, logo à noite há o grande Concerto do Ano e vou precisar de forças para aguentar. Por falar nisso, ainda ninguém descobriu a fórmula para acelerar o tempo, não? Pena...
Vai daí que optei por pedir à mamã um jantarito lá em casa com a famelga (leia-se pais, marido e filhote) e depois chamar os primos que moram no mesmo prédio para assoprar as velas e já está. Quando se tem crianças é impensável deixar passar o dia dos anos sem um bolo com velas!
A mamã tratou de tudo. Fez fondue para o jantar, preparou os meus queijinhos e o meu doce preferido. Até o bolo era o meu pão de ló preferido. Mas - há sempre um mas - não conseguiu comprar a vela com o 4 no supermercado onde comprou o 3 e, como o tempo era escasso, resolveu o problema com um 2 + outro 2. Enfim, safou-se e tornou a coisa original.
Quando chegou a hora espetei com as velas no pão de ló, levei o bolo para a mesa e chamei as crianças.
Aqui é que a porca torceu o rabo! O Indio indignou-se e só faltou "bater" na avó:
- A minha mãe não faz 322 anos!!! Esta vela está a mais! Assim não pode ser!

"Ganda" guerra!!!