ele há dias...

... de m****, mesmo!!!
A sacana da miúda que trabalha aqui na recepção/telefones escolhe sempre os melhores (leia-se piores) dias para se zangar com o namoradinho e faltar ao emprego. Ou há-de ser em dia de pagamento de salários ou em dia de pagamento a fornecedores... e eu que arque com o trabalhinho todo!
Mas o que é que se passa com a geração dos vintes??? É que são uma cambada de irresponsáveis e cabeças no ar como eu nunca vi!!! Que me perdoem aqueles que não são assim e conheço, felizmente, muitos que não são mesmo.
Só este mês já vai no 3º dia que falta, mais um dia que tirou de férias. Será possível que ela não entenda que não estamos propriamente no funcionalismo público em que o trabalho pára na boa e ninguém se rala com isso. No privado as coisas não funcionam assim. Se alguém falta é o vizinho do lado que tem que se desdobrar em quatro (sim, porque em dias normais cada um já trabalha por dois).
Até agora tenho sido muito branda com ela, condescendente com a sua tenra idade e preocupada em ensinar-lhe aquilo que me ensinaram a mim quando tinha a idade dela. Já engoli em seco vezes a mais com as respostas que a madame se dá ao luxo de dar numa atitude típica da juventude (o rei na barriga que tem que ter sempre a última palavra).
A partir de hoje temos pena. Ou se aplica ou pode dizer adeus à renovação do contrato. Eu não me posso dar ao luxo de perder tempo a conferir todo o trabalho dela - coisa que me faz perder mais tempo do que se fosse eu a faze-lo - nem, tão pouco, me posso dar ao luxo de defender um posto de trabalho que mete o meu em causa.
Entristece-me participar activamente no desemprego de alguém mas tenho que pôr na frente do sentimentalismo a rentabilidade da empresa e o meu emprego.
Bem sei que o ordenado é baixo mas atender telefones, dar entrada e saída de correspondência, controlar stocks de economato e elaborar uns míseros faxes mensais com encomendas de economato, águas e cafés não exige grande inteligência nem esforço físico ou mental. Exige, sim, que a pessoa se aplique e se esforce para poder reinvidicar melhores condições. Somemos a isso o facto de não ser propriamente fácil arranjar emprego hoje em dia.
Desabafos aparte, a partir de amanhã a madame vai sentir na pele o que é trabalhar! Ou muito me engano ou antes de eu tomar a decisão de renovar ou não o contrato, tenho uma carta de demissão na minha mesa. Até rezo para que a tonta, que acha sempre que tem razão, não se lembre de uma destas ou perde o direito ao fundo de desemprego.

E agora, preparemo-nos para mais uma horita de trabalho extra graças a Sua Excelência Miss Zangada com o Namorado, para depois rumar à minha posição de treinadora de bancada!!!